A tecnologia e a educação

Como separar o joio do trigo e identificar o que é realmente benéfico à educação? Essa é uma questão que nos faz pensar quando nos questionamos sobre o melhor uso das tecnologias na relação ensino aprendizagem.


Verificamos com a evolução das tecnologias e consequentemente da sociedade que a introdução de novas formas de ensino tornaram-se necessárias para a prática pedagógica, entretanto descobrir o “meio termo”1 entre o uso indiscriminado das novas formas de ensino e das prostração das formas tradicionais é que nos farão usar de forma adequada a tecnologia e a experiência dos conteúdos didáticos.


Portanto, não devemos nos amarrar em mastros, como fez Odisseu, e apenas admirar oniscientes a beleza da tecnologia na educação com medo de sermos “deglutidos” pelas sereias tecnológicas ou devemos devorá-las e usá-las ao nosso favor. “Tupi, or not tupi that is the question”2.


Assim, conforme o Movimento Antropofágico a "Devoração cultural das técnicas importadas para reelaborá-las com autonomia, convertendo-as em produto de exportação"3. Destarte, o que devemos fazer é unir as experiências de Aristóteles e Oswald de Andrade para encontrarmos o meio termo, ou seja, o melhor uso da tecnologia na educação apoiando-nos nas melhores práticas e adaptando-as a realidade de escola.


Por fim, o que se faz necessário não é mudar a prática pedagógica em função da tecnologia, mas utilizar e por que não criar novas ferramentas que a informática possibilita a fim de que a tornemos matéria-prima.




1 ARISTÓTELES, Ética à Nicômaco.

2 ANDRADE, Oswald. Manifesto antropofágico.

3 ANDRADE, Oswald. Manifesto antropofágico.